A Cidade de Pedra ou Cidade Perdida dos Pirineus fica a mais ou menos 1300 mt de altitude, ao lado do Parque Estadual dos Pirineus e ocupa um espaço de aproximadamente 850 campos de futebol.

Foi decretada Monumento Natural Municipal, em 2005, por ter uma relevância de alto nível pelas suas formações rochosas.

Foi primeiramente descrita por François Henry Trigant des Genettes, um francês, que morou em Pirenópolis por volta de 1871, já com idade avançada, mais ou menos 70 anos.

Paulo Bertran encontrou estes documentos na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro e após 21 anos, em 2004, ele conseguiu localizar o local que François Henry Trigant des Genettes havia descrito há mais de130 anos.

Temos que admirar a persistência de Paulo Bertran e sua dedicação à pesquisa não somente em livros e obras antigas, mas também in loco, saindo pelos caminhos e estradas, seja em lombo de cavalos, carros, até mesmo a pé, para verificar a procedência de nomes de rios e acidentes geográficos, como tive o prazer de acompanhá-lo na época dos trabalhos para localizar a “Cidade Perdida dos Pirineus”, perto de Cocalzinho e Pirenópolis. Paulo Bertran havia lido, há mais de 21 anos antes, textos deste francês sobre tal lugar. Pois bem…. no século XXI, Paulo Bertran, depois de mais de 21 dias de exames minuciosos, com lupas, em fotografias aéreas da região conseguiu, mesmo sem GPS, identificar exatamente o local que este francês havia descrito. Para a certificação foram necessárias 9 viagens exploratórias, a principio, somente ele e sua companheira Graça Fleury, depois, o governo do estado de Goiás, sensibilizado com a descrição, organizou uma equipe com um geólogo e outras pessoas do Patrimônio Cultural para avaliarem o conjunto das formações rochosas. Paulo Bertran sobrevoou este espaço por 2 vezes, uma vez pela gentileza de Sebastião d’Abreu que o conduziu sem nenhum onus. A segunda juntamente com o governador da época, Sr. Marconi Perillo, que fez questão de ir junto.

Infelizmente Paulo Bertran não conseguiu realizar todos os estudos que queria fazer naquele lugar. Ele pretendia antes que fosse noticiado pela imprensa, realizar um estudo de impacto ambiental para que não sofresse danos a este patrimônio que a natureza levou milhares de anos para criar. Em janeiro de 2005 foi noticiado pela midia local, estadual e nacional e em outubro do mesmo ano, Paulo Bertran faleceu deixando uma série de pesquisas e livros iniciados. Alguns como o livro de poesia “Sertão do Campo Aberto” e “Palmeiras, primeiro centenário” (sobre a história desta cidade do nosso estado) foram finalizados por sua viúva.

 

Fotos de Lázaro Neves.